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HISTÓRIAS DO ALVITO – Casquinha de uma bola

Sempre fui um entusiasta da frase de Nelson Rodrigues de que até para chupar um Chica-bom é preciso ter paixão. Mas e para dividir casquinha de uma bola? Foi ela que sugeriu. Entramos em um acordo instantâneo quanto ao sabor. Duas pás brancas de plástico foi tudo o que precisamos. Confiamos um no outro: nenhum de nós iria querer que o outro ficasse com menos. Ela avisou que eu podia comer a casquinha de biscoito, uma oferta generosa. Não tivemos pressa. Em um pacto silencioso, prolongamos o prazer e a alegria de compartilhar o momento. Na hora estávamos apenas curtindo uma bola de sorvete. Não pensamos em mais nada. Simplesmente fomos felizes a dois.

Que em 2020 vocês possam dividir casquinhas de uma bola com alguém e saibam aproveitar o que a vida tiver de mais doce.

E não estou me referindo ao sorvete…