/LAQUEUR – Outro texto amplamente divulgado anunciava: ‘Sem o orgasmo, o belo sexo não desejaria abraços nupciais, nem sentiria prazer com eles, nem conceberia a partir deles

LAQUEUR – Outro texto amplamente divulgado anunciava: ‘Sem o orgasmo, o belo sexo não desejaria abraços nupciais, nem sentiria prazer com eles, nem conceberia a partir deles

“Bruhier, no início do seu livro, cita vários exemplos de jovens com morte aparente que foram revividas e salvas de um enterro por meio de abraços amorosos; o êxtase sexual, ‘morrer’ na linguagem do século XVIII, tornou-se para alguns o caminho para a vida. O amor, aquela ‘maravilhosa Morte satisfatória e… a voluntária Separação de Alma e Corpo’, como um médico inglês observou, guardava os portões do túmulo. Mas, nesse caso, teria parecido extremamente improvável para um observador do século XVIII que a filha do hospedeiro pudesse ter concebido uma criança sem se mexer, traindo a morte. Qualquer livro médico, ou os populares registros de parteiras e guias de saúde e manuais de casamento que circulavam em todas as línguas européias, relatavam em geral ‘quando a semente frutifica no ato da geração [do homem e da mulher] dá-se ao mesmo tempo uma extraordinária excitação e deleite em todos os membros do corpo’. Outro texto amplamente divulgado anunciava: ‘Sem o orgasmo, o belo sexo não desejaria abraços nupciais, nem sentiria prazer com eles, nem conceberia a partir deles.”

LAQUEUR,Thomas. Inventando o sexo: corpo e gênero dos gregos a Freud. Rio de Janeiro: Relume-Dumará, 2001.