/MIRE E VEJA – AUTO-RETRATO AOS 13 ANOS (1484) – Albrecht Dürer (1471-1528)

MIRE E VEJA – AUTO-RETRATO AOS 13 ANOS (1484) – Albrecht Dürer (1471-1528)

MIRE E VEJA

AUTO-RETRATO AOS 13 ANOS (1484), Albrecht Dürer (1471-1528)

Ainda adolescente, aquele que viria a ser um dos maiores artistas do Renascimento no norte europeu faz um autoretrato que os especialistas concordam em considerar como um dos mais bonitos que iria fazer durante toda a sua carreira. O feito é ainda mais notável pelo fato dele ter desenhado com uma fina vareta de prata sobre um papel preparado com uma base de pigmento branco. Não havia como apagar ou refazer, o desenho tinha que ser feito na primeira tentativa. Ele o fez usando um espelho e nas palavras do próprio: “quando ainda era uma criança”.

Não é somente a perfeição técnica do desenho que nos impressiona, mas sobretudo a representação do sentimento de um menino prestes a entrar na vida adulta com todas as suas inquietações.

Dürer, que havia demonstrado um enorme talento para o desenho desde cedo, começou como aprendiz na ourivesaria do pai e depois de uma oficina que fabricava altares e xilogravuras. Depois, como era comum na Idade Média, viajou para alargar seus horizontes e ganhar experiência até achar um lugar para se estabelecer. Viajou pela Alemanha, trabalhou na Suiça e retornou a sua cidade natal, Nuremberg, onde se casou por arranjo familiar, sem escolher a noiva e se estabeleceu. Logo sua imaginação artística e sua capacidade chamaram a atenção do público tendo seus trabalhos alcançado enorme sucesso e repercussão. Acabou se tornando artista da corte do Rei Maximiliano em 1512, cujo Livro de Horas é ilustrado por Dürer.

Era um estudioso, conhecia matemática e escrevia sobre arte. Viaja à Itália mais de uma vez, onde se familiariza com as ideias de Leonordo da Vinci. Visita outras cidades no norte da Europa e encontra-se com Erasmo de Roterdã. Enfim, era um típico artista do Renascimento: interessado em diversas áreas do conhecimento, eternamente curioso. Nos últimos anos de vida, elaborou tratados sobre a medida e proporções humanas, perspectiva e geometria, dentro da ideia renascentista da busca de uma representação do corpo humano em termos da beleza ideal de acordo com a tradição clássica.