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O OUTRO LADO DO RIO URUCUIA

O OUTRO LADO DO RIO URUCUIA
Seu Dinei (de amarelo) opera à mão a balsa que faz a travessia para o outro lado do rio Urucuia. Quando chegamos com nossas bicicletas ele riu e disse que em meia hora estaríamos de volta, porque do lado de lá era uma poeirada tremenda.
Ele estava certo: nem conseguimos andar, o caminho era só areia. Também, pudera, quase toda a área em torno foi desmatada para o gado, só aqui ou ali há um pedacinho de cerrado. O único plantio que vimos foi de capim. O próprio Seu Dinei nos disse que secaram todas as lagoas.
Propositalmente, como confirmaram outros moradores: fazendeiros colocando gado para pastar em veredas, plantando em nascentes e por aí vai. Depois que a água seca, puxam água do rio para dar ao gado ou para os pivôs de irrigação com centenas de metros usados para o plantio do café, por exemplo.
Falaram também, no tom de quem comenta uma tragédia inevitável, do desaparecimento de aves e outros animais, bem como de peixes.
Não é que esteja para acontecer uma catástrofe ambiental, ela já está em pleno andamento.