/UM NOVO GOLPE NA PRAÇA – PÓS-DOUTOR 171

UM NOVO GOLPE NA PRAÇA – PÓS-DOUTOR 171

Há um novo golpe na praça acadêmica, já bastante habitada por golpistas e vigaristas de todos os tipos, ou talvez seja melhor dizer correntes teóricas… É o pós-doutor 171.
Funciona assim o professor ou professora, já devidamente alçado à condição de PhDeus, consegue um estágio pós-doutoral em uma outra universidade, de preferência no exterior. Vejam bem, é um “estágio” de pesquisa, é a possibilidade de travar contato com outros pesquisadores e de aprofundar o estudo de determinado tema. É algo, portanto, extremamente positivo e benéfico, tanto para o professor ou professora quanto para seus alunos e alunos, que terão de volta um professor renovado e enriquecido por novos conhecimentos e enfoques.
Até aí, ótimo, maravilha. O problema é o pós-doutor 171, que volta do estágio arrotando um título inexistente, dizendo-se pós-doutor nisso ou naquilo pela universidade de Paris alguma coisa. É a mais deslavada mentira, destinada a engambelar a comunidade acadêmica, sempre sequiosa de mais distinção, de mais hierarquia, de mais pose.
Quando encontrarem um pilantra desses, perguntem de bate-pronto:
– É mesmo, professor(a), parabéns, mas qual foi a tese que o(a) sr.(a) defendeu? Quem estava na banca? Como é que eu posso ler este trabalho? Posso ver seu diploma de pós-doutor ?
Procure conter o riso diante da absoluta falta de resposta. Só não faça as perguntas se o pós-doutor ou pós-doutora 171 estiver comendo… vai que ele ou ela engasga com a própria soberba…
Porque você pode acreditar em fadas, gnomos e até em discos voadores, mas acreditar em pós-doutor 171 já é demais.
Eu digo de cadeira: fiz um estágio pós-doutoral na Inglaterra, do qual resultou o livro A Rainha de Chuteiras. Mas nem a CAPES, nem a UFF, nem o Departamento de História me solicitaram qualquer tipo de relatório, nada, nadica.
Sendo assim, tomem cuidado, os pós-doutores 171 estão por aí à solta…