Aproveitando que Aquiles recusava-se a lutar, os troianos liderados por Heitor conseguem encurralar os gregos, que são obrigados a se refugiar nos seus navios, ou seja, estão quase sendo derrotados.

É quando entra em cena Hera, esposa de Zeus. Seu plano era tirar o maridão da jogada um tempinho para que ela e outros deuses pudessem ajudar os gregos naquele momento. Como? Simples: seduzindo o soberano dos deuses, fazendo ele se cansar e dormir.

Decidida, Hera chega em casa, tranca-se no quarto e começa a se preparar. Primeiro lava bem o belo corpo e passa nele um óleo perfumado exclusivo dos deuses. Penteia os cabelos e ajeita as tranças brilhantes. Depois veste as roupas tecidas por Palas Atena, coloca brincos de diamante nas orelhas e na cabeça um véu brilhante como o sol. Nos pés delicados, calça formosas sandálias. Faltava ainda um toque mágico: um cinto cheio de encantos que ela conseguira junto a Afrodite. Nele havia, o desejos, o amor e as conversas dos namorados que perturbam até os mais sérios.

Assim não tem Zeus que aguente, não é mesmo?

Quando ela passou por ele, Zeus logo lembrou do primeiro encontro dos dois. Hera diz a ele que tem que sair de casa mas o maridão protesta: peraí, espera um pouquinho… Diz que nunca sentiu por deusa ou mulher uma paixão tão violenta. Zeus queria namorar a esposa, ali e agora.

Hera faz biquinho, alegando que o Monte Ida era muito devassado, que os deuses todos iriam ver. Não seja por isso, disse Zeus, eu resolvo esse problema agora mesmo. Cria uma nuvem dourada para envolvê-los e garantir a privacidade. E finalmente envolve a mulher em seus braços.

O resto vocês podem adivinhar. Na verdade não podem não. Zeus faz flores crescerem do solo, açafrão perfumado e jacinto, criando um clima que podemos chamar de divino sem exagero. Romance total.

Agora sim vocês podem adivinhar o que aconteceu. Depois do que podemos chamar de um namoro homérico, Zeus, típico maridão, pegou no sono.

Feliz, Hera aproveita o soninho de Zeus e parte para ajudar os gregos.