E também afirma ter outro instrumento do letrado, a memória: 'Assim é que digo: eu, que o senhor já viu que tenho retentiva que não falta, recordo tudo da minha meninice.' E mais: 'Mire veja: sabe por que…
ROSIANA 096 – O narrador (Riobaldo) também afirma…
"O narrador, ao mesmo tempo que expõe seus títulos, jacta-se também de sua boa cabeça, outro componente da condição de letrado. 'Eu quase nada não sei. Mas desconfio de muita coisa. O senhor concedendo, eu digo:…
Sete rios do Grande sertão: veredas
Foto: Rio São Francisco, ao fundo a cidade de São Francisco. Foto: Marcos Alvito SETE RIOS DO GRANDE SERTÃO: VEREDAS Um presente preparado por ZéBebeloAlvito para o Querido Bando do Rosa O narrador e protagonista…
Para Antonio Candido, Grande sertão: veredas é um…
"Seja o caso (...) do jagunço Riobaldo, de Guimarães Rosa. O leitor aceita normalmente o seu pacto com o diabo, porque Grande sertão: veredas é um livro de realismo mágico, lançando antenas para um supermundo…
ROSIANA 095 – A tarefa presente de Riobaldo,…
"A tarefa presente de Riobaldo, narrador e personagem, é transformar seu passado em texto. Enquanto o passado era presente se fazendo, no caos do cotidiano, Riobaldo não teve tempo para refletir o suficiente - embora fosse…
O ENGANO DE RUY CASTRO E A ÚLTIMA…
O ENGANO DE RUY CASTRO E A ÚLTIMA CARTA DE ROSA Quando as cartas começaram a se aproximar de 1960 a onda de tristeza foi se erguendo na alma. Sabia o ano em que elas…
Em que época se passa Grande sertão: veredas
EM QUE ÉPOCA SE PASSA GRANDE SERTÃO: VEREDAS ? Lendo o romance, se tem a nítida impressão de que o tempo em que ele se passa é impreciso. Rosa dá poucas pistas, talvez para acentuar…
ROSIANA 094 – Riobaldo pratica a poesia seguindo…
"Em outras ocasiões, Riobaldo eventualmente pratica a poesia, sempre seguindo o modelo da canção de Siruiz." (81) "Aqueles primeiros versos de sua autoria, ele mesmo os esqueceu; mas, mais tarde, faz outros - e cita-os…
ROSIANA 093 – O primeiro encontro de Riobaldo…
O primeiro encontro de Riobaldo com um bando de jagunços, ainda na fazenda do padrinho, é decisivo em vários sentidos. Primeiro pelo encontro com os "seres mitológicos das fabulações do seu pai". Mas também pela…
ROSIANA 092 – Riobaldo é consciente do seu…
"É cônscio da bifurcação de seu destino entre as armas e as letras: 'Eu podia ser: padre sacerdote, se não chefe de jagunços; para outras coisas não fui parido'. Com extraordinária acuidade, Riobaldo localiza o destino…
ROSIANA 091 – Riobaldo exibe seus títulos de…
'Não é que eu esteja analfabeto. Soletrei, anos e meio, meante cartilha, memória e palmatória. Tive Mestre, Mestre Lucas, no Curralinho, decorei gramática, as operações, regra-de-três, até geografia e estudo pátrio. Em folhas grandes de…
ROSIANA 090 – Riobaldo tem a nostalgia das…
"Fica sempre, em Riobaldo, a nostalgia das letras. Em suas andanças de jagunço, encontra vagar e interesse para ler um livro. 'Mas o dono do sítio, que não sabia ler nem escrever, assim mesmo possuía um…
ROSIANA 089 – O destino duplo de Riobaldo:…
'O senhor saiba: em toda a minha vida pensei por mim, forro, sou nascido diferente. Eu sou é eu mesmo. Divêrjo de todo mundo...' "Narrador-personagem, Riobaldo examina as linhas de seu destino duplo de jagunço-letrado."…
ROSIANA 088 – A riqueza e a complexidade…
"Por um lado, subjaz a esse discurso um parentesco muito grande com o falar sertanejo(ou falares sertanejos); o leitor com ele familiarizado nota-o imediatamente." (71) "Acontece, todavia, que Guimarães Rosa explora ao máximo as possibilidades do modelo,…
ROSIANA 087 – A oralidade fictícia de Grande…
"Mas é preciso lembrar que se trata de 'fala' e não de fala. A magnífica oralidade do discurso é uma oralidade ficta, criada a partir de modelos orais mediante a palavra escrita. Por isso mesmo, é impossível…
ROSA SE VIA COMO UM HOMEM DO SERTÃO
"nós, os homens do sertão, somos fabulistas por natureza. Está no nosso sangue narrar histórias; já no berço recebemos esse dom para toda a vida. Desde pequenos, estamos constantemente escutando as narrativas multicoloridas dos velhos,…
A QUINTA TRAVESSIA – MAKING OF
A vida vai passando sorrateira e a gente faz que não percebe. Hoje me dei conta que vou começar o quinto curso de leitura de Grande sertão: veredas. Prestes a embarcar novamente na aventura do…
ROSIANA 086 – O monólogo de Riobaldo é…
"É o monólogo, contendo um diálogo pela alusão a um interlocutor, que determina a opção pela fala. As frases interrogativas e exclamativas, as interjeições, os expletivos, as frases truncadas e entrecortadas, definem o discurso que se dá…
ROSIANA 085 – O monólogo-diálogo entre Riobaldo e…
"O travessão que precede a primeira palavra do romance, e que só se fecha no ponto final da última página, instaura o monólogo como um dos lados de um (69) diálogo; mas o diálogo que se contém…
ROSIANA 084 – A verossimilhança da narrativa de…
'- Nonada. Tiros que o senhor ouviu foram de briga de homem não, Deus esteja.' "A situação de narrar que Guimarães Rosa propõe tira sua verossimilhança de tantas outras a que estamos acostumados: o depoimento de…
O ENGANO DE RUY CASTRO, O HISTORIADOR CARCEREIRO…
Quando as cartas começaram a se aproximar de 1960 a onda de tristeza foi se erguendo na alma. Sabia o ano em que elas iriam cessar. O fio da vida de Guimarães Rosa seria cortado…
DIÁRIO DO SERTÃO – DIA 12 – EM…
Descobri que alucinação vem do Latim: alucinari, “vagar mentalmente, sonhar, divagar”. Na minha etimologia imaginária, viria de luz, pois o céu de Itacambira me pôs a sonhar e a acreditar na existência de Diadorim. Mas…
DIÁRIO DO SERTÃO – DIA 11 – PÃO…
Brincava com meus alunos perguntando qual é a maior aspiração do homem (e da mulher). Ficavam atônitos quando respondia ser café com leite e pão com manteiga. Parece pouco, mas significa que você está vivo…
DIÁRIO DO SERTÃO – DIA 10 ITACAMBIRA –…
O dia amanheceu nublado e frio em Grão Mogol, mas os meus arrepios vinham de saber que estava indo para a terra de Diadorim, Itacambira. Diadorim é o grande mistério do livro. É uma personagem…
DIÁRIO DO SERTÃO – DIA 9 – A…
Adoro acordar antes do sol, sobretudo em viagens. Se for para ficar na cama dormindo, a daqui de casa é bem confortável. Ontem tinha sido um dia cansativo com as idas e vindas entre Grão…
DIÁRIO DO SERTÃO – DIA 8 – BOTUMIRIM…
Um daqueles típicos dias de viagem: você não acha o que procurava e encontra o que não imaginava. Acordei às cinco e lá fui eu escrever um diário atrasado. O melhor de estar em um…