UM AMOR DE NINFA
Depois de escapar daquele monstro de um olho só, nosso amigo Odisseus passou por muitas aventuras, sempre tentando voltar para a sua casa, na ilha de Ítaca, onde Penélope o esperava, saudosa. Até isso acontecer, Odisseus teve que enfrentar muitos desafios.
Depois de um naufrágio terrível, onde morrem todos os seus companheiros, Odisseus se agarra por nove dias a um pedaço do seu navio. Depois desse tempo ele vem dar a uma praia na ilha de Calipso, um lugar longe de tudo, tanto de homens quanto de deuses. A linda ninfa de cabelos cacheados, o acolhe carinhosamente, cuida dele, o recupera.
E ali os dois começam a viver, em um idílio de amor. A ilha é paradisíaca, lá nada falta: jardins, bosques e fontes. Ali Odisseus e ninfa estavam fora do mundo, praticamente escondidos de tudo e de todos. O tempo passa sem sentir. Odisseus e Calipso vivem juntos por dez anos.
Mas os deuses intervêm. Hermes voa até a ilha e pede que Calipso retorne Odisseus ao mundo dos homens. Calipso fica furiosa e acusa os deuses de terem ciúmes de uma deusa que namora um mortal. Mesmo assim, por amor a Odisseus, se é melhor para ele, concorda em permitir que ele parta.
Calipso abre o jogo e diz a Odisseus que ele pode partir se quiser. Mas antes faz uma contraproposta: concederia a ele a imortalidade e a eterna juventude. Viveriam para sempre naquela ilha fora do tempo. Mas Odisseus jamais poderia partir, jamais poderia retornar à sua terra, rever seu filho, sua mulher, seus amigos. O que ela queria implicava na renúncia da condição de homem, seria negar a sua história, esquecê-la.
Odisseus, com pesar, diz a Calipso que preferia retornar. Calipso pergunta se Penélope era mais bela. De forma alguma, responde Odisseus, mas ela é minha mulher, que vive na minha terra. A doce ninfa compreende e ajuda Odisseus a fabricar uma jangada para se lançar ao mar novamente.
Amor de ninfa não era mole não.