“Lembro-me de que nessa época (de meus sete aos nove anos) gostava de brincar com fogo. Em nosso jardim uma velha parede com grandes blocos de pedra, cujos insterstícios formavam vazios curiosos. Com a ajuda de outras crianças eu costumava manter uma pequena fogueira acesa dentro deles. O fogo devia arder ‘sempre’, portanto era necessário alimentá-lo continuamente. Devíamos unir nossos esforços a fim de juntar a madeira necessária. Ninguém, senão eu, tinha licença para cuidar diretamente do fogo. Meus companheiros podiam acender outras fogueiras, em outros buracos, mas elas eram profanas e não me diziam respeito. Só meu fogo era vivo e tinha um evidente caráter sagrado. Durante muito tempo foi esse o meu brinquedo favorito.”
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