Machado de Assis, o segundo maior escritor brasileiro – o primeiro vocês sabem bem quem é,  afirmou que o maior instrumento de redação é o ponto final. É preciso dizer bem claramente uma coisa e fechar o pensamento com o ponto. Para depois dizer outra coisa. Sempre que reviso textos,  saio dividindo grandes frases confusas para ordená-las em frases curtas, claras. Parece simples, mas quando estamos escrevendo é normal que as ideias venham em borbotão, feito uma cachoeira. Fico pensando na vida como um texto confuso em que o bom uso do ponto final também seria precioso. Saber quando parar de comer para não engordar e ter problemas de saúde. Quando parar de beber. Ter coragem de interromper um relacionamento que é um beco sem saída. Entender quando é a hora de deixar de falar para começar a fazer. Deixar de encarar a vida como um texto eterno que poderemos para sempre editar. Finalmente compreender que à nossa espera existe um enorme, um inescapável e silencioso ponto final.