/HISTÓRIAS DO ALVITO – 7 ESTÁDIOS INESQUECÍVEIS – Parte 1

HISTÓRIAS DO ALVITO – 7 ESTÁDIOS INESQUECÍVEIS – Parte 1

Ai que saudade de uma arquibancada. Para matar essa saudade, vou falar de sete estádios que me marcaram de diferentes formas. Não vou tratar do Maraca, esse se confunde com minha própria vida e já escrevi sobre ele inúmeras vezes.
Vou começar com este aqui:
1. General Severiano, 1971. Flamengo x Acadêmica de Coimbra. Amistoso.
Minha mãe era portuguesa e cresci ouvindo-a cantar um lindo fado que começava com “Coimbra é uma lição de sonho e tradição”. Mas Coimbra tinha também um time de futebol, sexto colocado no campeonato português do ano anterior. O mais interessante é que o clube representava os estudantes da secular faculdade, que o fundaram no longínquo ano de 1887, sendo mais antigo de Portugal. Desta forma, entravam em campo à caráter, trajando longas capas pretas como se fossem alunos antes da formatura.
Do lado do Flamengo, aquele garoto de dez anos teria uma chance de ver de perto seu ídolo Doval, sem falar no grande meio-de-campo Zanata e no nosso ótimo zagueiro paraguaio, Reyes. No gol, o grande Ubirajara Alcântara, que no ano anterior entrara para a história marcando um gol a partir de um chute dado da sua própria área contra o Madureira.
O jogo foi bem preto e branco, talvez uma homenagem ao velho estádio do Botafogo, que seria demolido seis anos depois para a construção de um shopping. Mas aquele campo presenciara a época de ouro do Botafogo de Garrincha, Gérson, Jairzinho e muitos outros. Deveriam ter arrancado aquela grama sagrada e colocado em um museu…
Fico feliz de ter lá pisado ao menos uma vez.
A partida terminou zero a zero, mas nunca se apagou da minha memória.