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HISTÓRIAS DO ALVITO – O valor da guerra

O valor da guerra

Em um ato de deliberada desobediência civil acadêmica, meu primo parou de frequentar a Plataforma Lattes, a senzala eletrônica dos pesquisadores brasileiros. Ousou escrever, publicar e até ir ao cinema sem bater cabeça para a vigilância do CNPq-Casa Grande.

Como sabem, preferiu não fazê-lo.

Essa é a primeira etapa.

A segunda, após a minha abolição pessoal, se os deuses forem bons, será simplesmente apagar todos os meus vestígios junto à burocracia produtivista.

Sem lenço, sem documento e sem currículo Lattes.

Vou viver a vida que resta, agradecendo aos deuses por tudo e torcendo para que continuem bons.

Uma declaração de guerra? Claro que sim. É uma guerra necessária.

Éfeso, que ficava na Zona Norte da Grécia antiga, produziu um malandro carioca da mais fina estirpe, um tal de Heráclito. O pai do gingado dialético já mandava essa letra no seu estilo incomparável:

“A guerra é mãe e rainha de todas as coisas; alguns transforma em deuses, outros, em homens; de alguns faz escravos, de outros, homens livres.”