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Histórias do Alvito – SETE COISAS QUE TEU GATO PODE TE ENSINAR

Histórias do Alvito

SETE COISAS QUE TEU GATO PODE TE ENSINAR

Todos sabem que divido o sofá da sala com uma gatinha-das-que-fazem-miau chamada Ilha. Ela é um bocado rabugenta, até já contei que ela foge de mim quando acordo disposto a lhe fazer um carinho. Além disso, é ciumenta e já cansou de arranhar a perna do meu filho ou da minha filha quando eles aparecem aqui em casa. Meu filho, traumatizado pelos ataques, só falta pedir escolta policial para se movimentar pelo apartamento.

Por outro lado, entretanto, Ilha tem um lado carinhoso que poderia servir de exemplo a muitas pessoas com problemas de relacionamento, sete coisas bem úteis:

1. Quer carinho? Peça! Quando chego de viagem, Ilha se esparrama no chão da sala de barriga para cima. Está demandando carinho, quer uma compensação pelo tempo que passei fora. É uma gata em busca dos carinhos perdidos. Ela quer e pede, de maneira teatral e indubitável. Ao mesmo tempo sinaliza a entrega, se colocando dessa maneira. Entre humanos, não se pede, mas depois se cobra e aí começa a briga. Gatos são mais sábios.

2. Nada de orgulho. Às vezes ela se deita no braço da poltrona encostada em mim. Sempre faço um carinho, sobretudo nas orelhas e um cafunezinho. Quando o livro está muito interessante, esqueço de continuar a mimá-la. Sem problemas, sem DR, ela simplesmente vai embora. E volta vinte minutos depois para ver se a situação melhorou…

3. Exija seus direitos. Quando ela está com sede ou quer a comida especial, mia e depois fica me encarando até eu abrir a geladeira e colocar uma porção no prato.

4. Procure a melhor posição. Mesmo quando está sendo muito bem acolhida e recebida, com carinhos incessantes, Ilha sempre procura a melhor posição, o melhor encaixe. É incrível como se posiciona de tal forma que meu braço estendido alcança exatamente a cabecinha dela. Se o outro quer fazer carinho, facilite as coisas.

5. Não aceite ser tratado(a) como invisível. Se ela não recebe nem mesmo o carinho inicial, não fica ali esperando, vai embora rapidamente em protesto.

6. Uma mordidinha, de vez em quando… Acho incrível como os gatos controlam suas armas, no caso as garras e os dentes. Ela sabe exatamente que força colocar para arranhar a pele, rasgar a ponto de surgir um pequeno fio de sangue ou um machucado mais profundo. E um dos truques que usa para chamar atenção é uma mordidinha de advertência. Como todos nós sabemos, mordidinhas bem dadas podem apimentar a relação.

7. Está feliz? Declare. A coisa mais sensacional nos gatos é difícil de apontar. Há a sua independência, sua sinceridade brutal, sua elegância. Para mim, todavia, o mais espetacular é o fato de que os gatos ronronam. Fazer um carinho na Ilha e ouvir esse som, sentir ela tremendo levemente é um feed-back maravilhoso. Se nós ronronássemos ninguém precisaria nos perguntar: — Está feliz?

P.S: Este texto é apenas uma brincadeira de gateiro. Claro que as relações humanas são mais complexas e é por isso também que alcançam uma profundidade e podem gerar um tipo de felicidade incomparável chamado amor. Mas tenho certeza de que deitar na sala de barriga para cima funcionaria em certos casos…