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Inhotim

INHOTIM

 

I merso em um jardim do paraíso com plantas e árvores de todo o planeta, onde o jacarandá, a macaúba e o jequitibá são tratados como obras de arte que são. lagos que espelham essa beleza, pássaros mil a passear inocentes e esquilos a fazer peraltices e a roer frutinhas.

 

N unca estas retinas tão cansadas vivenciaram formas tão variadas de arte e foram tão fecundadas de ideias e visões.

 

H averia que falar das fotos de Miguel Rio Branco retratando com simpatia e compaixão, mas sem moralismo cristão os habitantes do Pelourinho.

 

O utra obrigação seria falar de Tunga e de suas gigantescas instalações a nos lembrar da sacralidade da vida e da morte.

 

T eria também que lembrar de Cildo Meireles, que consegue fazer um retrato dos aparatos que nos aprisionam.

 

I mperioso é citar as Cosmococas de Hélio Oiticica, que faz de nós co-autores da obra e recupera a dimensão lúdica, o prazer, de forma ao mesmo tempo universal e brasileira: deitar numa rede ouvindo Jimi Hendrix.

 

M as o melhor é lembrar Guimarães Rosa:

 

“Para que conto isto ao senhor? Vou longe. Se o senhor já viu disso, sabe; se não sabe, como vai saber? São coisas que não cabem em fazer idéia.”

 

Não sou capaz de lhes dizer o que é Inhotim. Mas posso afirmar o efeito que teve em mim: reforçar a necessidade da arte, uma poderosa arma contra a barbárie que nos cerca.

 

Inhotim é imperdível.

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