“Essa posse de um segredo marcou-me fortemente. É isto um traço essencial da minha primeira juventude, algo que foi para mim da mais alta importância. Jamais relatei a quem quer que fosse o sonho infantil do falo, e o próprio ‘jesuíta’ pertenceu ao reino inquietante sobre o qual não se devia absolutamente falar. A figurinha de madeira e sua pedra foi a primeira tentativa, ainda inconsciente e infantil, de configurar o segredo. Este último me absorvia e tudo me incitava a aprofundá-lo, sem que eu soubesse, entretanto, a que desejava dar expressão. Esperava encontrar talvez na natureza uma explicação que indicasse onde estava esse segredo e em que consistia. Foi nessa época que aumentou meu interesse pelas plantas, pelos animais e pelas pedras. Buscava continuamente algo de misterioso.”
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