/MAMÃE E O SULTÃO

MAMÃE E O SULTÃO

Alto lá, calma aí, não vão imaginando coisas.

Papai era baiano e dava seus conselhos de forma sutil e disfarçada, cantava uma música, contava uma história, sempre de forma leve, sem marcar posição. Mamãe era portuguesa e preferia o método lusitano da emoção ampla e desabrida. Talvez adivinhando futuras desventuras amorosas, mais de uma vez repetiu um conselho acerca do tema na forma de diálogo socrático:

– Meu filho, sabe como os sultões escolhiam as mulheres?
– Não, mãe.
– Você sabe, elas não podiam mostrar o rosto, apareciam só os olhos, sabia?
– Ouvi falar [era a 10a. vez que ela me contava] – Pois bem, então, como eles podiam decidir?
– Não tenho a menor ideia.
– Pelos olhos e pela voz, meu filho, preste atenção na voz da mulher… e nos olhos… Não é preciso mais.

Nesse ponto, o momento mascarado que atravessamos até que tem suas vantagens. Os olhos e a voz revelam caráter, alma, estado de espírito, sensualidade… E para os que têm nariz grande feito eu, equivalem a uma operação plástica sem precisar entrar na faca.

Sei que é só amanhã, mas o menino de 12 anos é apressadinho:

FELIZ DIA DAS MÃES PARA TODAS VOCÊS 😘💙🦋🌈