/O URUCUIA É O MEU RIO E O GRANDE SERTÃO É A MINHA CASA – Agradecimento

O URUCUIA É O MEU RIO E O GRANDE SERTÃO É A MINHA CASA – Agradecimento

O URUCUIA É O MEU RIO E O GRANDE SERTÃO É A MINHA CASA – Agradecimento
Tudo começou na primavera de 2016 com a minha alforria da masmorra acadêmica depois de 32 anos. No último semestre, por um milagre rosiano (o primeiro de muitos), consegui dar o meu primeiro curso sobre Grande sertão: veredas. Não havia dúvida quanto ao que fazer depois.
Montei no burrinho com meus amigos amados Yan e Gustavo, que conheciam as trilhas do sertão muito mais do que eu. Disse a eles que poderiam fazer o roteiro da viagem. Eu só fazia questão de ir a dois lugares: a terra natal de Joãozito, Cordisburgo e até o Rio Urucuia, rio de amor de Riobaldo e fornecedor de águas que batizaram o filho de Seu Florduardo e Dona Chiquitinha em uma pia de rocha tirada da Gruta de Maquiné.
Não vou contar a história agora, mas o que teve maior repercussão para mim foi o batismo como rosiano nas águas do Urucuia. Gustavo, rosiano de valor e ainda por cima mineiro, se encarregou do rito. Está aí a foto para comprovar e silenciar os céticos de plantão.
Faltaria com a verdade se não dissesse que a partir daquele momento a minha vida se transformou completamente. Sou bicho professor, é só assim que sei estar no mundo, sempre querendo aprender e, se for de interesse para alguém, compartilhando o aprendido.
Dei vários cursos sobre Grande sertão: veredas e pude voltar a Urucuia em 2019 e 2021. Daí nasceu uma grande vontade de dividir o pouquinho que sei sobre o Rosa com os meninos e meninas do Ensino Médio da Escola Antonio Esteves dos Anjos. Fui muito ajudado por Cari (Carlos Roberto Alves Roberto), a quem contei a história do livro em um inesquecível passeio pelo rio. Cari entendeu tudo com muita tranquilidade, o que reforçou a ideia de dar um curso em Urucuia. Nilsinho foi fundamental: emprestou o barco para o passeio e fez contato com a diretora da escola, a Professora Márcia Cristina Pereira da Silva. Juntamente com as professoras Célia, Marley e Francisca, a diretora abraçou o projeto e deu OK para que ele se realizasse. Maria Madalena Chaves Dos Anjos, a querida Leninha, é o motor que tem colocado o projeto a funcionar em Urucuia. Sem ela, o sonho nunca viraria realidade.
Ainda faltava resolver a questão dos livros, dos exemplares necessários ao trabalho em sala de aula. Foi aí que a sensibilidade, a gentileza e a generosidade de vários de vocês apareceu. Recebi dezenas de doações, suficientes para a turma de alunos e para a turma de professores. Infelizmente, nem sempre os pacotes chegaram aqui em casa (sobretudo os da Amazon) com a correta identificação do remetente, o que me impediu de agradecer individualmente a cada um de vocês. Mas há um muito obrigado guardado no coração e que a vocês pertence.
Daqui a uma semana, no dia 25 de junho, parto para o Urucuia, com escalas em Belo Horizonte e Cordisburgo (é sempre bom visitar a terra do nosso mestre).
Se os deuses forem bons, dia 3 de maio terá início o curso LENDO Grande sertão: veredas em Urucuia. A primeira aula com a turma de professores será no sábado, dia 7. Escolhi maio por ser o mês rosiano por excelência. Por um grande acaso, rosiano que sou não poderia deixar de mencionar isso, desde a infância o 3 e o 7 são meus números de predileção.
Essa nova travessia, plena de acasos e de bondades, é também o presente que me dou para celebrar 40 anos de sala de aula, meu templo, minha casa, minha vida.
Manterei vocês informados por aqui e através de episódios do Urucuia podcast a partir do dia 29 de abril.
um abraço rosiano, logo cheio de alegria, para Rosa a palavra mais linda da nossa língua,
Marcos Alvito