“A reclusão, o isolamento, a pequenez da povoação suportando uma carga imensa de silêncio, a falta de perspectivas (‘suas noites brancas, sem mulheres e sem horizontes’), os hábitos discretos (‘esse alheamento do que na vida é porosidade e comunicação’), assombrados por segredos gritantes (a violência naturalizada do mando patriarcal, a sexualidade abusiva da linha paterna, o ‘sexo abafado’ do mundo feminino, as tentativas incertas da própria sexualidade), tudo isso habita explícita ou implicitamente a Itabira de Drummond, cheia de contenção circunspecta e ao mesmo tempo de um esquisito sentimento de enormidade.”
(p. 29)