“Vida e obra de Carlos Drummond de Andrade acompanham a curva desse arco histórico – intencionalmente ou não. De perto ou de longe, dentro de Itabira ou com Itabira dentro dele, o poeta viveu o ‘destino mineral’ que reconheceu ali (‘um destino mineral, de uma geometria dura e inelutável, te prendia, Itabira, ao dorso fatigado da montanha’). Esse real, duro e inelutável, comparece espasmodicamente na sua poesia, desde as alusões às bordas primordiais do pico do Cauê até a vala comum d”A montanha pulverizada’, que emerge como um claro pesadelo na lavra
39: tardia de Boitempo, ‘britada em bilhões de lascas’ e levada pelo ‘trem maior do mundo’.”
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