/7 DICAS PARA TRABALHOS ACADÊMICOS NA GRADUAÇÃO

7 DICAS PARA TRABALHOS ACADÊMICOS NA GRADUAÇÃO

7 DICAS PARA TRABALHOS ACADÊMICOS NA GRADUAÇÃO

Tentando ajudar você a descascar esse abacaxi

1. O LEITOR É UM TIRANO MAL ACOSTUMADO

Leitor, à princípio, é preguiçoso, tem pouco tempo e é cheio de vontades. Abandona a leitura do teu texto à hora que ele quiser. Portanto, há que tratá-lo bem. Se ele for obrigado a ler o seu texto, como um professor ou professora, pior ainda: já viu alguém ser obrigado a fazer algo estar totalmente de “boa vontade”? Portanto, há que seduzir este leitor ou leitora, há que virar o jogo e fazer ele gostar de ler o seu texto. Não basta ele estar certo do ponto de vista acadêmico. A leitura é um grande prazer e transformá-la em suplício é um crime que deveria ser punido com a leitura das obras completas de __________________ (complete aqui com o autor ou autora da sua “preferência”)

2. QUATRO ETAPAS INDISPENSÁVEIS

Não dá para sair escrevendo de qualquer jeito. Até dá mas quase sempre resulta em desastre. No caso de um trabalho para um curso de graduação, há quatro etapas indispensáveis. Primeiramente a leitura de todos os textos que forem necessários. Depois a feitura de fichas bibliográficas de conteúdo (outro dia explico) somente com os temas que te interessam, nada de resumir os textos. Nesta segunda etapa, as fichas também vão assinalar as diferenças entre os autores. A terceira etapa consiste em planejar o que se vai escrever, incluindo as partes em que o trabalho será dividido. Até que chega a última parte: a redação.

3. NÃO PARECE, MAS O TÍTULO É IMPORTANTÍSSIMO

Neste ponto eu sou radical. Se você não é capaz de pensar um título para o seu trabalho … hummm, talvez seja porque você não sabe direito o que ele é. E se você não sabe… Portanto, releia seu trabalho e procure dar um título que feito o deus Jano tenha duas cabeças, uma apontando para cada lado. Explicando melhor: por um lado o seu título deve indicar o tema do trabalho. Por outro, todavia, deve ser sugestivo e um pouco ambíguo, se possível até (isso depende do seu estilo), divertido. Ou seja, deve ser uma isca para atrair o tal do leitor ou leitora.

4. HÁ QUE GANHAR O LEITOR NA PRIMEIRA LINHA: O PAPEL DA INTRODUÇÃO

Já disse: facilite a vida da leitora ou leitor. Logo no primeiro parágrafo apresente de maneira bem clara o seu tema, seu objetivo (p.ex. analisar e confrontar a bibliografia a respeito) e a sua hipótese (p.ex. concordando com uma determinada linha de análise). Muitos leitores e leitoras só lêem a introdução e, se gerar algum interesse, a conclusão (vamos chegar lá). A introdução tem que ser leve e clara. Não é o momento de debate teórico mais aprofundado, somente de apresentação do seu trabalho.

5. VAMOS BOTAR UM PONTO FINAL

Qual é o principal instrumento da escrita? O ponto final. Quem disse isso não fui eu, mas sim um dos maiores escritores tupiniquins, meu amado Machado de Assis. Frases curtas, de duas, no máximo três linhas, tornam o texto bem mais claro e dinâmico. Claro porque ideias diferentes ficam separadas pelo ponto, você vai construindo seu argumento frase a frase, ao invés de amontoar tudo numa frase gigantesca cheia de vírgulas. Dinâmica porque o leitor lê muito mais rapidamente e de forma mais concentrada várias frases pequenas do que uma enorme.

6. VÁ NA JUGULAR PRIMEIRO

Muitos, talvez a maioria dos trabalhos de graduação consistem no confronto de autores. E a maioria dos estudantes não sabe exatamente como fazer isso. Não é preciso confrontar o texto todo, mas somente seus elementos essenciais.
A jugular de um texto é o seu objetivo. Só podemos ler um texto sabendo primeiramente qual é a sua intenção, o que o autor ou autora quer provar ou afirmar. Vamos dizer que um autor ou autora queira examinar o tipo de relação estabelecida entre Getúlio Vargas e a classe trabalhadora durante o Estado Novo. Este é o objetivo. Portanto, quando for resenhar, resumir ou fichar um texto (ou mais de um), primeiro fale do seu objetivo. Ele deve ser avaliado a partir daí? Cumpriu ou não o seu objetivo.
Depois, analise as hipóteses, ou seja, as afirmativas centrais do texto, a resposta que ele deu à pergunta. Digamos que nosso autor ou autora considere que a relação entre Getúlio e os trabalhadores era marcada pela reciprocidade. Essa é a hipótese.
Uma vez que você tenha os objetivos e a as hipóteses de cada autor, confrontá-los vai ser uma moleza. Capriche, porque nosso leitor ou leitora adora um UFC acadêmico com hipóteses e conceitos se chocando pra todo lado. É aqui, também, que você mostra para sua professora ou professor que você não é um mero repetidor ou repetidora e sim alguém capaz de pensar. Mas nada melhor para isso do que o último item:

7. CONCLUSÃO

Aqui o fim e o princípio se tocam. Porque texto sem conclusão é texto que não sabe qual é o seu objetivo. A conclusão é a hora de “amarrar” tudo, de lembrar à preguiçosa leitora (ou leitor) quais os pontos principais do seu trabalho, o que você conseguiu demonstrar. É também a hora de você reconhecer, humildemente, quanto ainda poderia ser feito. A consciência aqui é o mais importante. Você pode também sugerir mais pesquisas, desdobramentos ou, se estiver certo disso, arriscar uma crítica apontando a lacuna dos estudos feitos até aqui. Não termine citando alguém, use suas próprias palavras. A não ser que seja um poeta ou autor de ficção capaz de expressar de uma forma mais interessante o seu pensamento. Do tipo: “Escrever é a arte de cortar palavras”, de Carlos Drummond de Andrade. Tirando o fato de que é uma citação falsa, pois não foi Drummond que escreveu a frase, é uma ótima conclusão. Ou não é?