Encarando o texto poético como um mito e o poeta como xamã:
“Estou, portanto, encarando o texto também como uma forma de mito. Se nas comunidades primitivas os mitos serviam para a tribo expressar seus temores, anseios e perplexidades, o texto poético, entre outros, tem essa função antropológica em nossa cultura. O poeta é o xamã que, ao invocar suas alucinações, faz com que, através delas, toda a coletividade reviva seus fantasmas.”
Affonso Romano de Sant’Anna. O canibalismo amoroso: o desejo e a interdição em nossa cultura através da poesia. São Paulo: Brasiliense, 1984.