Quer entender o inconsciente dos textos, revelador de um sonho coletivo:
“estou interessado no inconsciente dos textos. Esse inconsciente surge aqui como sinônimo de ideologia. Entender o inconsciente desses poemas é entender o inconsciente de uma comunidade e, portanto, sua ideologia amorosa. Assim, o que seriam neuroses individuais se transforma em alucinações coletivas, socializadas pela linguagem literária. Nesse sentido, tomo o texto como uma manifestação onírica social. Considero o texto como uma forma de sonho coletivo, pois os leitores abrem o seu imaginário às provocações do imaginário do poeta e aí se hospedam. As metáforas e imagens passam a ser de utilidade pública.”
Affonso Romano de Sant’Anna. O canibalismo amoroso: o desejo e a interdição em nossa cultura através da poesia. São Paulo: Brasiliense, 1984.