“Todos estes processos, isoladamente ou mais frequentemente associados, definem funcionamentos políticos reconhecidos. Um deles se situa à parte, pois que suas potencialidades dramáticas são mais fracas. É o modo democrático que se baseia na representação e em que o poder resulta da regra majoritária. Ele não depende ordinariamente nem da convivência dos deuses ou do respeito da tradição, nem do surgimento do herói ou do controle das correntes históricas. Depende da arte da persuasão, do debate, da capacidade de criar efeitos que favoreçam a identificação do representado ao representante. Ele dramatiza pela eleição, ocasião que uma ‘partida’ nova parece ser jogada. A intensidade da ação resulta da incerteza quanto à maioria, sua manutenção ou sua mudança; o momento espetacular é o das crises de governo.”
BALANDIER,Georges. O poder em cena. Brasília: UNB, 1982. p.8.