“Ocasionalmente, a surpresa – vulgarmente denominada um ‘golpe’- quebra a rotina, espanta e dá vantagens. As novas técnicas dão meios poderosos à dramaturgia democrática, os da mídia, da propaganda e das sondagens políticas. Elas reforçam a formação das aparências, ligam o destino dos homens do poder tanto à qualidade de sua imagem pública quanto às suas obras. Denuncia-se então a transformação do Estado em ‘espetáculo’, em teatro de ilusão. O que se encontra assim submetido à crítica, considerado como perversão, não é senão o aumento de uma propriedade indissociável das relações de poder.”
BALANDIER,Georges. O poder em cena. Brasília: UNB, 1982.