A memória coletiva “Se o caráter coletivo de toda a memória individual nos parece evidente, o mesmo não se pode dizer da idéia de que existe uma ‘memória coletiva’, isto é, uma presença e portanto…
MARC BLOCH – A História ainda luta com…
"[A história] Esforça-se, finalmente, por penetrar além dos fatos de superfície; por rejeitar, após as seduções da lenda ou da retórica, os venenos, hoje mais perigosos, da rotina erudita e do empirismo disfarçado de senso…
MARC BLOCH – A História é uma ciência…
"Porque a história não é apenas uma ciência em marcha. É também uma ciência na infância: como todas as que têm por objeto o espírito humano, que chegou tarde ao campo do conhecimento racional. Ou,…
MARC BLOCH – A história serve para compreender,…
"O problema da utilidade da história, no sentido estreito, no sentido 'pragmático' da palavra útil, não se confunde com o da sua legitimidade, propriamente intelectual. O da utilidade só pode, aliás, vir em segundo lugar:…
MARC BLOCH – Toda a ciência tem que…
"Não pode todavia negar-se que uma ciência parece sempre ter algo de incompleto se não for capaz, mais cedo ou mais tarde, de nos ajudar a viver melhor. Como não há-de ser, em particular, muito…
MARC BLOCH – Queremos comprender, mais do que…
"Porque a natureza do nosso entendimento inclina-o muito menos a querer saber do que a querer compreender. Donde resulta que só são autênticas, em seu entender, aquelas ciências que logram estabelecer entre os fenômenos ligações…
MARC BLOCH – O que é que, em…
"Mas aqui levanta-se uma nova questão: o que é que, em rigor, constitui a legitimidade de um esforço intelectual? Ninguém, cuido eu, ousará dizer ainda hoje, com os positivistas de estrita observância, que o valor…
MARC BLOCH – “é com conhecimento que a…
"é com conhecimento que a história terá que provar a sua boa consciência" "Se, não obstante, a história só pudesse justificar-se pela sua sedução, quase universalmente sentida; se apenas fosse, em suma, um aprazível passatempo,…
MARC BLOCH – “Evitemos retirar à nossa ciência…
"Evitemos retirar à nossa ciência o seu quinhão de poesia." "Evitemos retirar à nossa ciência o seu quinhão de poesia. Evitemos sobretudo corar por isso, coisa que já surpreendi em alguns. Seria espantosa tolice julgar…
MARC BLOCH – Da história como prazer estético
Da história como prazer estético: "A história, todavia, não é possível pô-lo em dúvida, tem prazeres estéticos que lhe são próprios, que não se assemelham aos de nenhuma outra disciplina. É que o espetáculo das…
MARC BLOCH – Por que a história? Em…
Por que a história? Em primeiro lugar, porque diverte... "Mesmo se julgássemos a história incapaz de outros serviços, seria certamente possível alegar em seu favor que ela distrai. Ou, para ser mais exato - pois…
MARC BLOCH – As civilizações também podem mudar…
As civilizações também podem mudar... "É também certo que as civilizações podem mudar. Não é inconcebível, em si, que a nossa não venha a afastar-se um dia da história. É prudente os historiadores refletirem sobre…
MARC BLOCH – Segunda maneira pela qual o…
Segunda maneira pela qual o cristianismo é histórico, por isso afetando nossas instituições: "O cristianismo é ainda histórico de uma outra maneira, talvez mais profunda: colocado entre a Queda e o Juízo Final, o destino…
MARC BLOCH – O cristianismo é uma religião…
"O cristianismo é uma religião de historiadores" "Os gregos e os latinos, nossos primeiros mestres, eram povos historiógrafos. O cristianismo é uma religião de historiadores. Outros sistemas religiosos puderam assentar suas crenças e seus ritos…
MARC BLOCH – O historiador chamado a prestar…
"Eis pois o historiador chamado a prestar suas contas. Não se aventurará a fazê-lo sem um pequeno estremecimento interior: qual o artífice, envelhecido no ofício, que nunca perguntou a si mesmo, com o coração apertado,…
MARC BLOCH – Para que serve a história?
Para que serve a história? "'Pai, diga-me lá para que serve a história.' Era assim que um rapazinho meu próximo parente interrogava, há poucos anos, um pai historiador. Gostaria poder dizer deste livro que é…
E.P. THOMPSON – “O consentimento da esposa é…
"O consentimento da esposa é uma condição necessária para a venda. Isso não quer dizer que o seu consentimento não pudesse ser obtido sob coerção - afinal, um marido que desejava (ou ameaçava) vender a…
E.P. THOMPSON – “temos de retirar a venda…
"Fica claro - embora não o fosse na década de 1960, quando comecei a coletar esses dados - que temos de retirar a venda das esposas da categoria de uma brutal venda de gado e…
CHALHOUB – “um modo de ler Helena em…
"Neste capítulo, o objetivo é apresentar um modo de ler Helena em que a visão de Machado sobre a história social e política do Brasil em meados do século XIX ocupa o centro da concepção…
CHALHOUB – As perspectivas de Schwarcz e Gledson…
"É claro que as perspectivas de Schwarz e Gledson se completam, e que questões de estrutura e de movimento são pertinentes e precisam estar presentes na análise da textura sempre complexa, quando não deliberadamente minada,…
CHALHOUB – Gledson persegue o movimento da história…
"Gledson, por outro lado, está mais preocupado em perseguir o movimento da história nos escritos de Machado: o crítico demonstra, num procedimento sistemático de decifração de alusões e alegorias, que o romancista comentou intensamente as…
CHALHOUB – “Ao contar suas histórias, Machado de…
"Ao contar suas histórias, Machado de Assis escreveu e reescreveu a história do Brasil no século XIX. Essa hipóteses vem sendo defendida, a meu ver de forma bastante convincente, por críticos literários como Roberto Schwarz…
CHALHOUB – Machado inteirava-se de tudo que acontecia…
"De qualquer modo, parecia evidente, pelo estudo da rotina do serviço, que Machado examinava, pelo menos superficialmente, tudo o que circulava em seu setor. Também se tornou razoável supor que era o principal responsável pelas…
CHALHOUB – Estudando a caligrafia, passou a identificar…
"O resultado da coleta foi desigual. Nos livros de minutas de avisos e ofícios redigidos na repartição quase nada está assinado. Esse problema foi fácil de resolver, pois bastou arranjar algumas páginas fotocopiadas com a…
CHALHOUB – Machado, funcionário do Ministério da Agricultura
"Em meados dos anos 1990, incomodado com a carência de informações mais diretas sobre as idéias políticas e sociais do romancista, passei a investigar com cuidado a vida do funcionário público Joaquim Maria Machado de…
CHALHOUB – Origem da pesquisa que redundou no…
"A pesquisa que originou este livro iniciou-se, inadvertidamente, em fins da década de 1980. Redigia, à época, um livro sobre a história da escravidão no Rio imperial. Por acidente de percurso, que já não cabe…