“O resultado da coleta foi desigual. Nos livros de minutas de avisos e ofícios redigidos na repartição quase nada está assinado. Esse problema foi fácil de resolver, pois bastou arranjar algumas páginas fotocopiadas com a caligrafia de nossa personagem e passar dias divertidos no Arquivo Nacional, a identificar sinuosidades habituais dessa ou daquela letra. Após algum treino, achava os manuscritos do bruxo num relance. Para aumentar a minha autoconfiança, encontrava, mui raramente, um bilhete ou outra coisa deveras assinada pelo chefe da seção.”
Sidney Chalhoub. Machado de Assis, historiador. São Paulo: Companhia das Letras, 2003. p.10.