/PORTELLI – A narrativa intensamente pessoal tornou possível o uso de estruturas simbólicas e procedimentos narrativos que vão além do individual

PORTELLI – A narrativa intensamente pessoal tornou possível o uso de estruturas simbólicas e procedimentos narrativos que vão além do individual

A narrativa intensamente pessoal tornou possível o uso de estruturas simbólicas e procedimentos narrativos que vão além do individual

estruturas simbólicas:

contraposição*: ROMA (fascista) x TÉRNI (vermelha)

(Roma) burocrática x (Terni) operária

( Roma) capital x (Terni) província

(Roma) entusiasmo x (Terni) preocupação

*derivada da identidade local=de classe=individual

procedimento narrativo (também do romance moderno): o ponto de vista circunscrito

“nos romances modernos, como na narrativa de Mauri e Douglass, os fatos importantes são os que se desenvolvem dentro da consciência**:

não são os fatos vistos,

mas o processo de visão,

interpretação e,

em conseqüência,

de mudança.”

(…)

p.67 “Mauri não pretende dizer toda a verdade. (…) pode dizer apenas o que sabe, o que lembra ou o acredita recordar haver visto. Sua autoridade narrativa deriva justamente do caráter restritivo do ponto de vista.”

PORTELLI, Alessandro. “A filosofia e os fatos: narração, interpretação e significado nas memórias e nas fontes orais”. Tempo 2, Revista do Departamento de História, Rio de Janeiro, dez. 1996.

Obs: ** O maior exemplo talvez seja o romance As Ondas, de Virgina Woolf