/Luiz Antonio Assis BRASIL – O personagem deve ser único, inconfundível

Luiz Antonio Assis BRASIL – O personagem deve ser único, inconfundível

“outro aspecto para a criação de personagens humanos e consistentes: o seu caráter único.”

(…)

Raro é o infrequente, o único não se confunde com ninguém. (…) Não há ninguém nem nada na face da Terra que seja igual ao sr. Ulme. Isso logo provoca no leitor o raciocínio: ‘Puxa, se esse personagem é tão interessante, vou seguir na leitura, porque vem coisa boa por aí. Só pode vir'”.

(…)

“Na verdade, todas as pessoas são únicas, não apenas o ser. Ulme.”

(…)

“O ficcionista deverá criar seu personagem de modo que se exponham as características que o tornam único.

Como fazer isso? Pela soma e superposição de atributos da mais variada natureza, em geral contrastantes, aqueles que interessam à história que vamos escrever.”

(…)

“Para atingir um bom resultado na caracterização do personagem, tenha cuidado em evitar as listas de itens pertencentes ao mesmo domínio de significados.

(…)

é um recurso já bem praticado. Veja como Eça de Queiróz nos apresenta um amor de juventude de Afonso da Maia no romance Os Maias (1888): ‘Foi então que conheceu D. Maria Eduarda Runa, filha do conde de Runa, uma linda morena, mimosa e um pouco adoentada.”

(…)

“É esse choque de realidade que a faz existir.”

 

 

(páginas 41-44 )