“Com a porta [do escritório] fechada, baixando o que estiver na cabeça direto para a página, escrevo o mais rápido possível e continuo me sentindo confortável. Escrever ficção, especialmente livros longos, pode ser um trabalho difícil e solitário (…) Não faltam ocasiões em que as dúvidas aparecem. Se escrevo rápido, colocando a história no papel exatamente como ela aparece em minha cabeça, voltando atrás somente para conferir os nomes dos personagens e as partes relevantes do passado de cada um, sinto que consigo manter o entusiasmo original e, ao mesmo tempo, deixar para trás as dúvidas que estão sempre querendo aparecer.
A primeira versão – a Versão com toda a história – deve ser escrita sem ajuda (ou interferência) de ninguém. (…) A hora de mostrar sua criação vai chegar quando você termina-la … mas mesmo depois disso, acho melhor ser cauteloso e dar uma boa chance de pensar enquanto a história é ainda um campo cheio de neve recém-caída do céu, sem qualquer pegada além da sua.
A melhor coisa de escrever com a porta fechada é ser forçado a se concentrar na história, a despeito de praticamente todo o resto. ”
(página 179)