Ele prefere a opinião dada por Toni Morrison à Paris Review:
“‘Eu os controlo. Tenho cuidado ao imaginá-los. Sinto-me como se soubesse tudo que é preciso sobre eles, mesmo coisas que não escrevo – por exemplo, como fazem o repartido no cabelo. São como fantasmas. Eles nada têm em mente a não ser a si próprios e só se interessam por si mesmos. Então não é possível deixar que escrevam o livro para mim. Tenho lido livros nos quais sei que isso aconteceu – quando um romancista foi inteiramente tomado por um personagem. Tenho vontade de dizer: ‘Não pode fazer isso. Se essas pessoas pudessem escrever livros, elas o fariam. Você pode’. Então, o que se tem que fazer é dizer ‘Calem-se, deixem-me em paz. Sou eu quem está escrevendo’.”
“Compartilho da opinião de Morrison. Personagens não têm existência independente, mas, sim, a existência que lhes foi dada pelo ficcionista.”
(…)
O que justifica a persistência dessa ideia:
“A meu ver, o fenômeno é o seguinte: quando o personagem está bem construído, ele deve fazer algumas coisas perante certas circunstâncias e não pode fazer outras, sob pena de ficar inconsistente.”
(páginas 55-57)