“Quando tratamos do personagem de ficção, e se temos virtualmente acesso a tudo que ele pensa e sente, essa coerência se processa no plano interior, isto é: ele poderá fazer algo considerado estranho para os leitores, para os outros personagens, até mesmo para si próprio, mas não para nós, autores, que o conhecemos bem, algo que vai além do que ele fala e diz.”
(…)
“o personagem deve praticar ações contraditórias – veja o caso de Monsieur de Sainte Colombe – surpreendendo o leitor, mas atenção: são contradições aparentes, que entretanto fazem sentido na multiplicidade interna do personagem. No fundo, não são contradições.”
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