A sophrosyne em Esparta:
“Já numa instituição como a agogé espartana, a sophrosyne aparece com um caráter essencialmente social. É um comportamento imposto, regulamentado, marcado pelo ‘comedimento’ que o jovem deve observar em todas circunstâncias: comedimento em seu andar, em seu olhar, em suas expressões, comedimento diante das mulheres, em face dos mais velhos, na ágora, comedimento com respeito aos prazeres, à bebida. (…) A dignidade do comportamento tem uma significação institucional; exterioriza uma atitude moral, uma forma psicológica, que se impõem como obrigações: o futuro cidadão deve ser exercitado em dominar suas paixões, suas emoções e seus instintos (a agogé lacedemônia é precisamente destinada a experimentar esse poder de domínio de si).”
Jean-Pierre Vernant, As origens do pensamento grego. Rio de Janeiro/São Paulo: Difel, 1977.