Nas seitas a sophrosyne é o controle de si mesmo:
“Mas, definindo-se assim por oposição a uma loucura que é ao mesmo tempo uma impureza, a ponderação da sophrosyne ia tomar, no clima religiosos das seitas, uma coloração ascética. Virtude de inibição, de abstinência, consiste em afastar-se do mal, em evitar toda impureza: não somente recusar as solicitações criminosas que um mau demônio pode suscitar em nós, mas manter-se puro do comércio sexual, refrear os impulsos do eros e de todos os apetites ligados à carne, fazer a aprendizagem, através das provas previstas pelo ‘caminho de vida’ de iniciação, de sua capacidade de dominar-se, de vencer-se a si próprio.”
Jean-Pierre Vernant, As origens do pensamento grego. Rio de Janeiro/São Paulo: Difel, 1977.