ADORÁVEL (continuação B)
“A propósito de uma impressão, acordo entregue a um pensamento feliz: ‘X… estava adorável, ontem à noite.’ É a lembrança de quê? Do que os gregos chamavam a charis: ‘o brilho dos olhos, a beleza luminosa do corpo, a irradiação do ser desejável’; talvez, mesmo, exatamente como na charis antiga, eu acrescente a ideia – a esperança – de que o objeto amado se oferecerá ao meu desejo.”
Roland Barthes. Fragmentos de um discurso amoroso. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1981.