BHAGAVADGITA
Gitadhyanam
Versos de meditação sobre a Bhagavadgita (continuação)
6 – O rio de batalha – que tem Bhisma e Drona como margens, Jayadratha como suas águas, o rei de Gandhara como lótus azul, Salya, o tubarão, Krpa como a corrente, Karna, as ondas altas, Asvatthaman e Vikarna, os terríveis crocodilos, [e] Duryodhana, o remoinho da água – foi realmente atravessado pelos Pandavas, [que tiveram] Kesava [Krsna] como barqueiro.
7 – Que o Mahabharata se para nós a fonte de felicidade e liberação, como um puro lótus que nasce do lago das palavras de Parasara [Vyasa], rico da fragrância e do significado da Bhagavadgita. Suas fibras são as inúmeras narrativas; ele se expande com o relato das histórias de Hari [Krsna], que são, dia após dia, saboreadas alegremente pelas pessoas qualificadas como se [essas] fossem abelhas aqui neste mundo; [e ele] é o destruidor das impurezas desta era chamada Kali Yuga.
8 – Eu saúdo Madhava [Krsna], a felicidade plena, por cuja graça o surdo-mudo se faz eloquente [e] o aleijado atravessa a montanha.
9 – Saudações àquele [Senhor] que Brahma [o Criador], Varuna [deidade que preside a água], Indra [deus dos deuses], Rudra [Siva, o transformador] [e] Marut [deidade que preside o vento] glorificam com hinos védicos. Os que conhecem o Samaveda cantam [em sua homenagem], com o conhecimento de dicção, de linguagem e das Upanisads; os yogins, pessoas contemplativas, o veem com a mente firme na meditação; os seres celestiais e demoníacos não conhecem sua natureza; saudações a esse Senhor.
Fonte: Bhagavadgita, tradução do sânscrito e comentários de Gloria Arieira, volume 1. Rio de Janeiro, Vidya-Mandir editorial, 2009.
(continua amanhã)