/ECOS DA FOLIA – “O compositor, seguindo a voga do momento, parecia julgar que o Brasil encontrava sua síntese na natureza, na alegria, na malemolência mestiça – mistura harmônicaO compositor, seguindo a voga do momento, parecia julgar que o Brasil encontrava sua síntese na natureza, na alegria, na malemolência mestiça – mistura harmônica”

ECOS DA FOLIA – “O compositor, seguindo a voga do momento, parecia julgar que o Brasil encontrava sua síntese na natureza, na alegria, na malemolência mestiça – mistura harmônicaO compositor, seguindo a voga do momento, parecia julgar que o Brasil encontrava sua síntese na natureza, na alegria, na malemolência mestiça – mistura harmônica”

“Tal ideia, elaborada de forma sistemática a partir da década de 1920 (e não só pelos modernistas), revestida de colorações políticas próprias nas décadas seguintes, evoca um velho samba com o qual, nos anos do Estado Novo, o compositor João de Barro (Braguinha) exaltava a nação pelas ondas da Rádio Nacional:

Um dia encontrei alguém
que me perguntou assim: Iaiá,
o seu Brasil o que que tem?
O seu Brasil, onde é que está?

O compositor, seguindo a voga do momento, parecia julgar que o Brasil encontrava sua síntese na natureza, na alegria, na malemolência mestiça – mistura harmônica, em uma expressão festiva do país e do seu povo. Entretanto, ao lançar a pergunta o samba induz simultaneamente a possibilidade de múltiplas respostas que nunca chegaram a ser ouvidas pela bibliografia dedicada ao tema, abafadas pela repetição monótona de velhos clichês.”

CUNHA,Maria Clementina Pereira. Ecos da folia: uma história social do carnaval carioca entre 1880-1920. São Paulo: Companhia das Letras, 2001. p.14.