“A nossa teoria nasceu com o primeiro olhar atento para a galinha d’angola, e não parou de apurar-se desde então, seja pela inclusão de novos conceitos e dados etnográficos, seja pelo refinamento ou abandono dos antigos.
Quanto a essa disposição que conduz do olhar ao considerar, do considerar ao meditar e do meditar ao relacionar, e, portanto, alimenta a atividade teorizante, Goethe faz uma advertência que pode ser tomada como um adendo às cinco regras essenciais, enunciadas por Dumézil:
‘Mas há de fazer-se isso com plena consciência, com conhecimento de sim mesmo, com liberdade e, se nos é permitido o atrevimento, com ironia, para que a temida abstração resulte inócua, e palpitante e proveitoso o fruto empírico desejado.'”
VOGEL,Arno et alii. A galinha d’Angola: iniciação e identidade na cultura afro-brasileira. Rio de Janeiro: Palllas, 1998. 2.ed. p.4.