“você começou a ler vários romances que abandonou depois de vinte páginas, e uma das causas deve ser a desconfiança: ‘Não acredito em nada disso que estou lendo, nada faz sentido.”
(…)
“Não é do romance que você duvida, é o personagem que não convence. Ao contrário, nas narrativas de Flaubert, Machado de Assis e Dostoievski, são os inesquecíveis Felicidade [Um coração singelo], Brás Cubas e Raskólhnikov que transformam as histórias em alta literatura e, portanto, fazem com que essas obras permaneçam conosco durante muitos anos após a literatura. (…) O que se deseja saber é o que acontecerá com esses personagens que nos cativaram. Mais do que reviravoltas do enredo, o que deixa marcas duradouras no leitor é o acesso à vida do personagem, às suas debilidades e carências.”
(páginas 33-34)