“ele deve ser o contrário de um manequim. Ou seja, ele precisa se assemelhar a nós. (…) o personagem deve estar o mais próximo possível de um ser humano. (…) não há nada que conheçamos mais, nada que conheçamos menos. Fazemos descobertas ao longo de toda a vida. Sofremos e exaltamos na carne nossa humanidade; amamos, detestamos, choramos de felicidade ou somos tomados pela melancolia; somos ridículos, capazes de gestos sublimes e odiosos; dizemos coisas abomináveis e, às vezes, pelo contrário, encorajamos os outros a viver melhor. Para que todas essas experiências sejam úteis do ponto de vista literário, o melhor exemplo somos nós mesmos. Isso implica, para o ficcionista, considerar o aforismo atribuído a tantos pensadores: conhece a ti mesmo.”