“O que nos faz acreditar no jovem Raskólhnikov não são suas certezas, mas suas dúvidas, as quais propiciam o conhecimento de uma extensa gama de sentimentos que habitam aquele espírito amargurado. São esses sentimentos que abrem inumeráveis possibilidades de desenvolvimento da trama, e são capazes de nos levar adiante por centenas de páginas. É uma astúcia de Dostoievski: quanto mais sutilezas emocionais apresenta o jovem assassino, mais verdadeiro é, e, por consequência, mais o leitor acredita em Crime e Castigo.”
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