“A sua existência não passou despercebida dos contemporâneos, como comprova uma lembrança de José Veríssimo, publicada no trigésimo dia da morte do romancista: ‘Depois da leitura de Brás Cubas comecei a entender que se podia ser um grande escritor brasileiro, sem falar de índios, de caipiras ou da roça’. Entretanto, se não quisermos navegar no inefável, como explicar esta brasilidade que prescinde de marcas externas? Para solucionar a questão, Veríssimo diria que sendo o único universal, Machado era também o mais nacional entre os nossos autores. A idéia foi muito retomada, até se transformar num desses lugares-comuns que, sem prejuízo do acerto, mais bloqueiam do que ajudam a reflexão.”
SCHWARZ,Roberto. Um mestre na periferia do capitalismo: Machado de Assis. São Paulo: Duas Cidades; Editora 32, 2000. p.10.