/Rubem Alves – O esgotamento dos recursos naturais da Ilha de Páscoa

Rubem Alves – O esgotamento dos recursos naturais da Ilha de Páscoa

“Boa parte dos recursos locais era gasta na intensa produção e no transporte de estátuas. Para movê-las, dezenas de pessoas utilizavam cordas e uma espécie de trenó feito de palmeiras e arrastavam os moais por 14 quilômetros até o litoral. A partir de 1200, a produção entrou em um ritmo mais acelerado que durou pelos 300 anos seguintes, sendo preciso cada vez madeira, cordas e alimentos. Por volta de 1400, a floresta já não existia e a última palmeira foi cortada, extinta junto com outras 21 espécies de plantas nativas. Assim, não havia mais madeira e cordas para o transporte de moais nem troncos resistentes para a construção de barcos para a pesca em alto-mar. Assim a pesca diminuiu. As colheitas também foram prejudicadas com o desmatamento, e com o habitat devastado todas as espécies de aves foram extintas.”

Rubem Alves, “A ilha de Páscoa” In: Lições do velho educador. Campinas: Papirus, 2013.