“Nesse sentido, enquanto a historiografia procura o ser das estruturas sociais, a literatura fornece uma expectativa do seu vir-a-ser. Uma autoridade tão conspícua quanto Aristóteles já se havia dado conta desse constraste. Comentava ele na sua Poética:
‘Com efeito, não diferem o historiador e o poeta por escreverem em verso ou prosa (pois que bem poderiam ser postas em verso as obras de Heródoto, e nem por isso deixariam de ser de história, se fosse em verso o que eram em prosa) – diferem, sim, em que um diz as coisas que sucederam, e outro as que poderiam suceder.'”
SEVCENKO,Nicolau. Literatura como missão: tensões sociais e criação cultural na Primeira República. São Paulo: Brasiliense, 1985. 2.ed. pp. 20-21.