“Há trechos de descrição direta (‘alguns poucos bebedores solitários no balcão do bar’) e outros em que ela é mais poética (‘O espelho ao fundo do bar capturava o brilho da rua e o refletia na penumbra como uma miragem’) no parágrafo descritivo central sobre o restaurante. Ambas são boas, mas eu gosto da coisa figurativa. O uso da metáfora e de outras figuras de linguagem é uma das grandes delícias da ficção – na escrita e na leitura, também. Quando acerta o alvo, uma metáfora nos agrada tanto quanto encontrar um velho amigo em uma multidão de desconhecidos. Ao comparar duas coisas que, aparentemente, não têm qualquer relação entre si – um bar e uma caverna, um espelho e uma miragem – , às vezes conseguimos ver algo velho de uma forma nova e vívida. Mesmo que o resultado seja clareza em vez de beleza, acho que o escritor e o leitor estão participando de um milagre.”
(…)
“Quando uma metáfora ou símile não funciona, o resultado pode ser tanto engraçado quanto embaraçoso.”
(páginas 153-154)