SOM

Vento na caverna:

movimento na imobilidade.

Poder no silêncio.

Em uma caverna, todos os sons exteriores são sufocados por rocha e terra,  e isso torna audíveis os sons de nossa pulsação e respiração. Da mesma maneira, a imobilidade contemplativa afasta-nos do clamor cotidiano, mas permite-nos ouvir o sutil nas nossas vidas.

Quando escutamos, não com o ouvido, mas com o espírito, conseguimos perceber o som sutil. Ao entrar nesse som, entramos na pureza suprema. É por isso que tantas tradições religiosas rezam ou cantam, como um prelúdio ao silêncio. Elas compreendem que a repetição e a absorção do som levam ao próprio sagrado.

O som mais profundo é o silêncio. Isso pode soar paradoxal apenas se considerarmos o silêncio como uma ausência de vida e vibração. Mas, para aquele que medita, o silêncio é o som unificado com todos os seus opostos. É simultaneamente som e ausência de som, e é nessa confluência que emerge o poder da meditação.