/TAO – MEDITAÇÕES DIÁRIAS 117 – Atração

TAO – MEDITAÇÕES DIÁRIAS 117 – Atração

ATRAÇÃO

A iridescência do pavão em sombras verazes,

As violetas abrem-se para o Sol do meio-dia.

A beleza do mundo é um redemoinho de cor,

Mas no centro das flores está a quietude luminosa.

 

O mundo é movimento. Sua natureza é a mudança constante, a variação infinita. Sem a variação infinita, haveria estase, pois atingiríamos limites. Todos os limites, porém, são, na verdade, arbitrários. A vida é uma equação infinita de escuridão, brilho, cor, som, fragrância e sensação.

O  pavão atrai sua parceira por meio da plumagem; a flor atrai a abelha com sua cor e seu perfume. A beleza é levada à loucura, é impelida por mais beleza, perde-se na dança da sedução. Pairamos ao redor das pétalas da flor, embriagados no frêmito da cor. Aprisionados pela fragrância de um perfume obsessivo, somos impelidos a agir, tocar, encher nossos receptáculos rasos com a plenitude da alegria comprometida.

Contudo, no centro da flor, tudo é quietude. Quando a dança da beleza termina, a culminação está próxima. Na vida, as atrações não têm fim. Não devemos fazer mais do que precisamos para nos satisfazer. Mergulhar mais fundo é temerário. Devemos nos lembrar de recuar e olhar para dentro. No lado de fora de nossos espíritos, persistem a beleza cintilante e o movimento fantástico. É apenas no centro de nosso espírito que alcançamos o olho da tempestade, o ponto imóvel da existência. Então, tudo é brilho, energia condensada, insuportavelmente forte e poderosa, mas, não obstante, absorvida na suprema quietude.