NAVEGAR
Extensão infinita, oceano brilhante, fervilhante de vida,
Amplidão turbulenta, viril, sempre em movimento,
Estendida, inteiriça, ao sol resplandescente,
Flutuo sobre você em meu ventre modelado,
Apoiado em suas profundezas negro-esverdeadas.
Os que vivem na terra nunca compreendem a vida marítima.
Os que vivem no mar são íntimos de seus caprichos;
Navegam, mas, no fim das contas, são indefesos.
Os objetivos tornam-se inúteis, a deriva, a única realidade:
Os medos do marinheiro dissolvem-se na aceitação.
Tao é comparado com o oceano. Sua profundidade é incomensurável, seu poder domina todos os que nele adentram. Buscamos navegar nele com o nosso conhecimento sobre nós, orientação, matemática e mapas, mas nossa compreensão não se compara com sua vastidão. Os jovens têm grandes ambições quanto a explorar acima e abaixo da superfície, ao passo que os velhos já desistiram: eles sabem que não há alternativa, a não ser aceitar o oceano e flutuar sobre ele. Quem aceita, é apoiado. Os que vão além de seus limites, encontram a morte. Assim, os sábios dizem que flutuam aqui e ali sem cuidados; confiam no poder avassalador de Tao.