INTELECTO

Os doutos, embriagados de palavras e sentidos obscuros,

Tecem um emaranhado de concordâncias.

A prática simples nunca lhes ocorre.

Renuncie à educação, e o mundo será melhor.

Há muitos que buscam Tao através do intelecto. Deliciam-se em milhares de concordâncias, buscam similaridades em todas as religiões do mundo, conduzem discursos eruditos perante públicos extasiados. Contudo, alcançariam a verdade mais rápido se unissem seu pensamento à experiência.

O intelecto é dualista por excelência. Ele faz distinções e cria novas ligações entre conceitos e chama isso ‘significado’. Esse tipo de pensamento analítico é limitado ao extremo diante de Tao, que não é inteiramente racional, nem completamente quantitativo, nem plenamente descritível. Embora a maioria dos seguidores de Tao sejam doutos, eles também percebem que o intelecto é apenas um aspecto daquilo  que deve ser uma abordagem multifacetada de Tao.

Dizem que devemos renunciar à instrução, não porque sejamos estúpidos, mas porque devemos buscar um nível de consciência que está além do intelecto. Devemos estudar, mas não a ponto de perder a ênfase na experiência e na meditação. Se pudermos combinar o intelecto e a experiência direta com nossa mente meditativa, não haverá nenhuma barreira para a percepção sem palavras da realidade.