ACADEMICISMO
Oceano dentro de um crânio,
Buscando o código universal nas letras.
A mente é como uma flor em água gelada:
Um olho dentro das pétalas.
O intelecto é um dos problemas mais espinhosos para um aspirante espiritual. Não podemos dispensá-lo – na verdade, ele é essencial – e, não obstante, não podemos permitir que domine totalmente. O intelecto deve ser plenamente desenvolvido antes de ser levado a um ponto de neutralidade. A menos que isso seja feito, ele atuará como um bloqueio, e não haverá nenhum sucesso espiritual final.
O saber escolar é, assim, um primeiro passo importante. A educação é um meio de conseguir acesso ao mundo convencional, satisfazer nossa curiosidade e evitar tendências supersticiosas. Não se pode falar em mergulhar nos mistérios filosóficos se ainda não satisfizermos sequer nossa curiosidade a respeito da natureza, da civilização, da matemática e da língua. Mas, assim que o cultivo mental é alcançado, devemos nos concentrar integralmente em uma parte da mente que está muito além do acadêmico.
O intelecto usa a discriminação, a categorização e distinções dualistas de modo altamente refinado. Por contraste, a contemplação espiritual não envolve discriminação, categorização nem dualismo e, portanto, tem pouca necessidade do saber intelectual. É ação pura, que exige a totalidade de nosso ser interior. Necessita de envolvimento puro, não de mero estudo. O uso adequado do intelecto é dar-lhe liberdade de ação, desenvolvê-lo a um grau extraordinário e, não obstante, deixá-lo para trás quando a ação espiritual for exigida. Um sábio sabe como equilibrar e combinar ambos.