O ideal da sophrosyne:
“Em contraste com a hybris do rico, delineia-se o ideal da sophrosyne. É feito de temperança, de proporção, de justa medida, de justo meio. ‘Nada em excesso’, tal é a fórmula da nova sabedoria. Essa valorização do ponderado, do que é mediador, dá à areté [virtude] grega um aspecto mais ou menos ‘burguês’: é a classe média que poderá desempenhar na cidade o papel moderador, estabelecendo o equilíbrio entre os extremos dos dois bordos: a minoria dos ricos que querem tudo conservar, a multidão das pessoas pobres que querem tudo obter.”
Jean-Pierre Vernant, As origens do pensamento grego. Rio de Janeiro/São Paulo: Difel, 1977.